Enem 2025 terá correção especial de redações para candidatos com TEA e dislexia

Os participantes do Enem 2025 que apresentarem laudo comprovando Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou dislexia contarão com uma correção adaptada na prova de redação. O processo será conduzido por uma equipe especializada, preparada para considerar as particularidades de comunicação e escrita desses estudantes, garantindo equidade na avaliação.

A iniciativa integra o conjunto de medidas de acessibilidade do exame, que tem avançado nos últimos anos para atender de forma mais inclusiva os diferentes perfis de participante. A correção diferenciada não altera os critérios gerais da redação — como a exigência do texto dissertativo-argumentativo e o respeito aos direitos humanos — mas adequa a análise para evitar penalizações por dificuldades linguísticas inerentes às condições dos candidatos.

“O objetivo não é favorecer nem prejudicar ninguém. O corretor especializado busca avaliar a compreensão do tema, a estrutura argumentativa e a proposta de intervenção, considerando eventuais limitações na escrita”, afirma o professor Julio Ibrahim, especialista em educação e diretor adjunto da FTD Educação.

Segundo Ibrahim, os avaliadores são treinados para identificar e separar erros decorrentes do quadro clínico de falhas de conteúdo ou organização. O procedimento só se aplica aos participantes que, no momento da inscrição, solicitaram o recurso de acessibilidade e enviaram laudo médico que comprove a necessidade de tratamento diferenciado. Após a validação pelo Inep, as redações desses candidatos são encaminhadas diretamente para a banca específica, que trabalha sob sigilo e conforme normas padronizadas.

Apesar do processo adaptado, os pilares da redação do Enem continuam os mesmos: o participante deve desenvolver uma tese clara sobre o tema proposto, argumentar com coerência e apresentar uma solução viável que inclua agente, ação, modo, finalidade e respeito aos direitos humanos.